O empreendedor queniano John Metano
descobriu uma forma de aproveitar as fezes dos elefantes para lucrar.
(Reprodução/BBC Brasil)
(Reprodução/BBC Brasil)
O
empresário de 58 anos usa o esterco do animal para produzir papel.
Apesar de algumas pessoas acharem
estranho pensar que as fezes de um elefante possam se converter em papel, essa
é uma indústria crescente no Quênia.
Atualmente, 17 empresas participam
desse negócio "peculiar", de acordo com os números oficiais.
A maior parte delas está
concentrada no santuário de Mwaluganje, uma zona de proteção de elefantes de 36
quilômetros quadrados a 45 km da cidade de Mombasa.
(Reprodução/BBC Brasil) |
A indústria de papel de esterco de
elefante teve início em um projeto piloto em 1994. Foi só uma década mais
tarde, porém, que seu produto final começou a ser comercializado por
agricultores locais como Matano.
Segundo Matano, é "fácil"
fabricar papel a partir do esterco de elefante.
"Um elefante médio consome 250
quilos de comida por dia. A partir dessa quantidade são produzidos 50 quilos de
esterco, que podem originar 125 folhas de papel tamanho carta."
Ele assegura que tanto o preço
quanto a qualidade desse produto são similares aos do papel normal, com a
vantagem de o método alternativo ajudar a reduzir o desmatamento.
"Isso previne a destruição de
árvores nativas em florestas da região", diz Matano, que agora tem
escritórios de sua empresa em Mombasa e na capital, Nairóbi.
O Serviço de Vida Silvestre do
Quênia (KWS, na sigla em inglês), uma agência do governo, diz que a indústria
do papel feito de fezes de elefante está ajudando a proteger as cerca de 7 mil
espécimes que vivem no Quênia e a reduzir o desmatamento ilegal.
"É um esforço importante, que
ajuda a fazer as pessoas conviverem bem com os elefantes", afirma Paul
Gathitu, porta-voz da organização.
Segundo Kafe Mwarimo, diretor do
santuário de Mwaluganke, essa indústria já ajudou mais de 500 moradores da
região a saírem da pobreza.
Matano garante que o papel vindo
das fezes de elefante é de qualidade
Na Transpaper Kenia, uma conhecida
produtora de papel sediada em Nairóbi, cerca de 20% da produção já provêm de
esterco de elefante.
"O papel feito a partir dos
excrementos do elefante tem a mesma qualidade que o papel 'normal'. E o preço
também é praticamente o mesmo", diz Jane Muihia, da Transpaper Kenia.
"Ele não tem cheiro ruim,
passa pelas mesmas etapas habituais de fabricação do papel."
Muihuia afirma que sua empresa
produziu 2.809 toneladas de papel usando esterco de animais no ano passado - e
espera que esse número triplique até o final do ano.
Leia a matéria completa aqui
Fonte: BBC Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário