quarta-feira, 1 de julho de 2009

Arqueologia: Sítio arqueológico milenar é descoberto durante construção de escola no AP

Mais de cem peças de cerâmica foram encontradas em Laranjal do Jari.

Material pertencia a cemitério indígena, afirma pesquisador.

(Foto: Reprodução/Gerência de Pesquisa Arqueológica - IEPA/Divulgação)

Descoberta de cemitério milenar aconteceu durante terraplanagem para construção de escola na periferia de Laranjal do Jari (AP).

Durante a construção de uma escola na periferia de Laranjal do Jari, cidade localizada ao sul do Estado do Amapá, trabalhadores encontraram um cemitério indígena com dezenas de peças de cerâmica que podem ter mais de mil anos.

O município de Laranjal do Jari, que fica a 212 km quilômetros da capital, Macapá, tem 90% de sua extensão territorial dentro da área de proteção ambiental (APA), onde encontra-se o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque.

Logo após a descoberta, o arqueólogo João Saldanha foi chamado para fazer o resgate do material. “Era um grande sítio arqueológico, que tinha muito material. Havia 50 urnas [funerárias], e contabilizamos em torno de cem peças [de cerâmica] inteiras”, conta o cientista, que trabalha para o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa).

Cada urna funerária encontrada é formada por vários vasos diferentes.

Segundo Saldanha, os desenhos gravados na cerâmica indicam a presença de um povo que ocupou também a Guiana Francesa e o Suriname há cerca de 1.200 anos. “Há pinturas de formas humanas e de animais. Uma grande aldeia, intensamente ocupada, existia ali”.

(Foto: Reprodução/Gerência de Pesquisa Arqueológica - IEPA/Divulgação)

Arqueólogo Pedro Saldanha foi chamado para resgatar peças de cerâmica.

Desde a descoberta, ocorrida em maio, a construção da escola está parada.

Saldanha terminou as escavações em 20 de junho, e imagina que em breve a obra poderá continuar, pois todas as peças que estavam sob a construção foram resgatadas.

(Foto: Reprodução/Gerência de Pesquisa Arqueológica - IEPA/Divulgação)

Cada urna funerária é formada por diversos vasos. No total, 50 conjuntos foram encontrados.

O restante do sítio arqueológico, que está fora da área da construção, será explorado mais tarde, segundo o pesquisador. “A ideia é que possamos fazer um sítio-escola, uma escavação para que os alunos aprendam como se trabalha a arqueologia”, explica.
Via Globo Amazônia

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