(Reprodução)
Uma brincadeira se espalha pelo Brasil: colar adesivos na parte traseira dos carros. Em São Paulo virou febre. Para a polícia, é uma grande brincadeira. Na capital paulista é difícil achar um veículo que não tenha os adesivos, que estão se multiplicando. Tem o papai, a mamãe, os filhos, o cachorro, gato, passarinho etc. Virou uma mania muito divertida.
A família feliz é muito elástica. Tudo cabe nesse padrão: uma mulher e seis cachorros, três de cada lado; um pai solitário, três filhos e um cachorro; uma família grande num carro pequeno, com mãe, pai, quatro filhos, um cão e um gato. Há outro carro pequeno para uma família grande.
“Não cabe todo mundo no carro. Tem de sair de pouquinho em pouquinho. Agora, com a nova lei da cadeirinha, tem de ser de dois em dois para não dar problema”, comenta o técnico de enfermagem Aliso dos Santos Pereira Júnior.
Carros de todos os tipos levam essa espécie de retrato da família com cara de desenho de criança. Quem tem reconhece nessas figuras cada integrante da família.
“É minha esposa e meus filhos”, comenta um senhor. “São meninos e uma menina”, aponta uma mãe. “É do meu esposo. Sou eu, minha filhinha de 7 anos, meu filho e a namoradinha dele”, comenta uma paulistana. “Eu e minha namorada. Significa um ato de amor que sinto por ela. Então, decidi colocar no carro”, diz um jovem.
Nas lojas, cada um se identifica com um modelo. Entre as opções de mulheres, estão loiras, morenas, com rabo de cavalo e até uma grávida. Entre os homens a variedade é maior: tem pescador, surfista, rei do churrasco, cadeirante, cabelo arrepiado ou bem comportado. Entre os animais: cachorro marrom, poodle, cachorro orelhudo, gato loiro, gato preto, peixinho solitário, casal de peixinhos ou tartaruga. Entre as crianças, bebê menino, bebê menina, recém-nascido, meninas com “Maria Chiquinha” e meninos de boné virado.
Isso pode ser perigoso? Revelaria para possíveis assaltantes informações importantes sobre uma família? A polícia diz que não. Pior do que esses adesivos são as redes sociais, em que as pessoas se revelam muito mais. Mas, por via das dúvidas, já tem gente que, em lugar do adesivo da família, está colocando dois seguranças.
“São meus filhos, que são adolescentes, então são meus seguranças do carro. Acho que é uma maneira de se expressar, é bem uma fotografia mesmo. É legal, fica uma coisa personalizada”, opina a empresária Selma Feldman Singal.
Desde o tempo do adesivo “Bebê a bordo”, nunca um adesivo familiar fez tanto sucesso. Só uma das empresas comercializa mais de nove mil figuras por mês. A vendedora da banca de jornal Solange Gomes conta que se separou do marido e, por isso, não usa o adesivo da família feliz. “Ele ficou com o carro, e eu fiquei com o filho”, conta.
Quem não tem carro dá um jeito de mostrar que também tem uma família feliz. “Estão colocando em tudo que é carro a família feliz. Eu vejo bastante e me motivei também. Resolvi colocar também no capacete. Levo a família na cabeça sempre e no coração”, diz o motoboy Francisco Robério Lopes do Nascimento.
Toda essa história começou quando um casal decidiu criar adesivos para comemorar a chegada do primeiro filho. Aos poucos, a família toda foi aderindo, os vizinhos também gostaram e começaram a chegar mais e mais pedidos. A mania não parou mais.
A maioria aderiu, outros acham perigoso expor detalhes pessoais.
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