quarta-feira, 17 de junho de 2009

Pesquisadores fazem tijolo com cascas e caroços

Inpa busca patente para produção comercial da invenção, que utiliza resíduos de frutos amazonenses, como a castanha-do-pará.

(Foto: Reprodução)

Cascas de castanha-do-pará: resíduos ganham novo destino.

O Inpa - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia inventou um tijolo feito de cascas e caroços que não utiliza barro e nem cimento em sua composição.
Em vez de argila, o bloco é confeccionado com quatro tipos de matérias-primas: o ouriço e a casca da castanha-do-pará, caroços de tucumã e coco.
É comum que os restos sejam descartados no processamento das frutas.
Segundo o pesquisador e idealizador do produto, Jadir Rocha, da área de Pesquisa em Produtos Florestais do Inpa, como o tijolo ainda está em processo de patenteamento no Inpi - Instituto Nacional da Propriedade Industrial - a novidade não pode ser divulgada em imagens.
(Foto: Reprodução)

Ouriço da castanha também é utilizado no tijolo natural.

Primeiro, as cascas duras e os caroços são triturados e misturados com resinas derivadas do petróleo.
A utilização de resinas naturais ainda está em fase de estudo.
Depois, passam por um processamento para se transformar em um bloco compacto. Como não precisa passar pelo cozimento, o tijolo vegetal ainda evita que várias árvores sejam cortadas para servir de combustível aos fornos.
Ouriço da castanha também é utilizado no tijolo natural
Os tijolos de origem natural possibilitam a reciclagem após as construções e também se mostraram eficientes como isolante térmico, mantendo o clima ameno dentro das casas, ainda que com as altas faixas de temperatura da Amazônia brasileira.
Como o tijolo tem um sistema de encaixe, dispensa o uso de argamassa na hora da construção.
(Foto: Reprodução)

Caroços de tucumã (à esq.) e de coco: grande oferta destes produtos na região Norte do país favorece pesquisas com o tijolo vegetal.

De acordo com os testes realizados em laboratório, a resistência mecânica e a durabilidade são iguais às do tijolo convencional.
O projeto se desenvolveu justamente porque a região é grande produtora de castanha-do-pará (cerca de 30 toneladas anualmente) e os restos eram jogados no lixo após a colheita.
O laboratório ainda está com o projeto de substituição de madeira por uma chapa resistente formada por folhas.
Assim que a questão das patentes for resolvida, ambos os produtos poderão ser produzidos comercialmente.
Via Revista Globo Rural

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